A cadeia produtiva do couro tem em seu primeiro elo, o couro, produto nobre, reconhecido por seu toque e a primeira veste do homem no longínquo passado.
No Brasil, líder no fornecimento de couro, várias empresas brasileiras se destacaram no mercado mundial, vistas como ilhas de excelência, das quais o maior e mais significativo exemplo foi a Braspelco. Sua diferença estava na apurada visão estratégica, que extrapolava seu complexo industrial e a levou a participar dos espaços de seus fornecedores e clientes – certamente pioneira nessa ousada ação. O que hoje é tratado como estratégia de vanguarda, a Braspelco já realizava na década de 1990.
O mercado mudou, o mundo se transformou e hoje, com tristeza e preocupação, assistimos a avassaladora desvalorização do couro. No Brasil o problema se agravou e a rentabilidade do setor foi para o espaço. Para encontrar a saída desse labirinto, novas táticas são requeridas. Visão de futuro e estratégia setorial ganham poder e se transformam em indispensáveis ferramentas para a sobrevivência. O novo governo, destruidor de paradigmas, cria estimulante ambiente para inovação e para a construção de uma nova base alicerçada em produtos agregados. O clima está criado, basta planejar e ousar.
Um dos maiores estrategistas mundiais, Michael Porter, recomenda que as empresas tenham estratégias próprias, o que vale também para todo setor, ou seja: o oportunismo oferecido pelas ações do Estado traz fugaz recompensa, enquanto o investimento em capacitação e em estratégia permite duradouras alianças de generalizado alcance.
A oportunidade existe e a estratégia é essência para o sucesso.
Hélio Mendes e Luiz Bittencourt
Consultores empresariais e governamentais