Conta-se que congelaram uma cozinheira e uma professora durante 100 anos e após esse período resolveram descongelá-las. A primeira, ao entrar na cozinha, procurou o fogão de lenha, não achou, olhou assustada para a geladeira e não sabia o que era, encontrou tudo diferente. A professora ainda se deparou com o quadro, as cadeiras no mesmo formato e o professor à frente, dono do conhecimento e da verdade – um mínimo de diferença. Porém, encontrou um novo aluno. E comentou: “A sala e o professor quase não mudaram, mas notei que o aluno já não é o mesmo”.
O que tem mudado até agora e veio para ficar, apesar de algumas críticas, é um ensino a distância, algo de novo na educação, por libertar o aluno do modelo antigo e permitir que estude a qualquer hora, em qualquer lugar. A conectividade é ampla, por possibilitar ter colegas em várias partes do mundo, interagindo em tempo real, uma troca de culturas que não era possível antes.
Entretanto, ainda existem muitas barreiras: currículos que demoram a se atualizar, professores com bibliografias impressas, quando todos sabem que o tempo para se escrever um livro e imprimi-lo é o tempo de sua validade, e os e-books devem superá-los mais rápido que se imagina.
Acredito que os cursos de mestrado e doutorado já não têm a validade de antes, em razão do envelhecimento precoce do conhecimento. Ao terminar a aprovação da tese, a realidade já é outra na maioria dos cursos. Uma certificação da Microsoft conseguida no espaço de seis meses tem mais validade do que alguns cursos realizados em quatro anos, pelo mercado.
As escolas que não entenderem de forma ampla este novo mundo, não poderão ser mais chamadas de escolas, mas de museus de ensino.
Hélio Mendes – Consultor de Estratégia e Gestão, professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, com curso de Negociação pela Universidade de Michigan e de Gestão Estratégica pela Universidade de Copenhagen.