Amazônia não é ameaça, mas oportunidade para o mundo. E não é do mundo, mas, sim, para o mundo. Como o petróleo é dos árabes e para o mundo e diversas outras riquezas também o são – e a maior parte da floresta é do Brasil.
Essa afirmativa pode parecer um chavão, um slogan, entretanto, muito mais do que isso, é uma verdade, com fundamentos. Se olharmos para a floresta de forma mais ampla, só os brasileiros a conservaram até o momento, pelas suas características como povo e pelo bom relacionamento com os países vizinhos. O mundo vai necessitar de tudo o que a região amazônica tem. A América Latina não é a Europa. Nesse sentido, nós, latinos, somos mais do que os europeus, quando se trata de convivência e preservação do meio ambiente.
E mais: a Amazônia é um polo estratégico, capaz de organizar e estruturar por vários fatores, com uma exploração sustentável, para a atender os habitantes do globo. De modo semelhante a como Paris se tornou um mantra, um marco na história do Ocidente.
A Europa sempre viveu em guerras: até hoje a Espanha não resolveu todas as demandas territoriais; a Comunidade Europeia está-se desintegrando; a Inglaterra já deixou o barco, a aposta é sobre quem será o próximo. A ONU não representa o interesse do mundo, porque é controlada apenas por cinco países. Os demais são meros figurantes. Os novos atores internacionais, como ONGs e empresas multinacionais, não têm voz nas assembleias, porque só os E5 têm poder de veto. Mas a grande e nova mídia que é a internet deu poder a sete bilhões de moradores do mundo. O poder está diluído.
Os brasileiros, aliás, o Brasil e os demais países, têm consciência de que a Amazônia não é ameaça, e sim oportunidade. É um novo paradigma que está sendo construído; todavia, pela sua grandeza, vai levar um bom tempo. Essa região é e será mais importante do que o petróleo foi para o mundo até hoje. A Amazônia é dos brasileiros e dos países vizinhos que têm parte dela em seu território.
Hélio Mendes
Consultor de Estratégia e Gestão, professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, com curso de Negociação pela University of Michigan, Gestão Estratégica pela University of Copenhagen e Fundamentos Estratégicos pela University of Virginia.