Após utilizar por mais de 30 anos a metodologia tradicional de planejamento, participar de cursos com os principais gurus de gestão e estratégia e, paralelamente, utilizar em sala de aula a metodologia de ensino reverso, começando as aulas do fim para o início, de modo que “os alunos compreendessem ao final da experiência de aprendizagem para, daí, realizar todo o planejamento de ação pedagógica, partindo da ideia do resultado” – foi a partir desse processo que criei o Planejamento Estratégico Reverso, o qual começa pelo fim.
O primeiro desafio do PER tem sido facilitado quando abordamos o tema de empresas que saem da categoria de lineares para a de exponenciais e explanamos que tanto objetivos como metas têm a possiblidade de ser realizados do futuro para o presente, um cronograma reverso. É como, ao chutar a bola, perceber o movimento do goleiro e já ter a emoção do gol realizado, antes de ele acontecer.
Isso nos lembra Michelangelo: “Em cada bloco de mármore vejo uma estátua; vejo-a tão claramente como se estivesse na minha frente, moldada e perfeita na pose e no efeito. Tenho apenas de desbastar as paredes brutas que aprisionam a adorável aparição para revelá-la a outros olhos como os meus já a veem”.
Os bons jogadores e estrategistas têm a sensibilidade de Michelangelo, entretanto, o macrossistema mudou, tornando necessário que todas as equipes da empresa tenham no seu DNA essa percepção, e não apenas o seu CEO. As ações planejadas devem começar quando tudo estiver alinhado com o universo.
Hélio Mendes
Com mais de 1.500 artigos publicados, é consultor de empresas, foi secretário na área de planejamento e meio ambiente da cidade de Uberlândia/MG; é professor em cursos de pós-graduação e da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra – ADESG e membro do Instituto SAGRES – Política e Gestão Estratégica Aplicadas, de Brasília.