Para ter conectividade, a primeira atividade da nova metodologia – Planejamento Estratégico Reverso – PER está em provocar uma mudança de mentalidade. Diferentemente do tradicional, por ser tratar de reverso, ele propõe o inverso: começar pelo fim, apostando mais nas informações macro que vêm do ambiente externo, o que depende do conhecimento de geopolítica da equipe. E se esta não domina tal campo de informação, é necessário que seja preparada antes da reunião de elaboração do PER. Caso isso não aconteça, não será estratégico, apenas um péssimo planejamento operacional.
A visão estratégica sobre onde a organização quer chegar não pode ser somente um exercício acadêmico. Deve ter um formato pragmático. Os objetivos e as metas dos três níveis – estratégico, tático e operacional – precisam ser alinhados, tendo como referência a visão de futuro, e esta terá que ser confrontada e trazida a todo momento para o presente: um jogo estratégico diário entre o presente e a visão.
Na sequência vem o confronto entre o modelo de negócio e a demanda do mercado do futuro. Até que ponto o negócio tem estratégia e estrutura para continuar a competir? Se a rentabilidade, principal aposta dos proprietários, está em ordem crescente ou decrescente, depende do quanto a organização, no seu todo, está conectada com o ambiente maior. Porque tudo está conectado.
O Planejamento Estratégico Reverso torna a empresa mais competitiva, mas exige muita integração dos envolvidos. Do conselho ao chão de fábrica, a visão de negócio tem de ser compartilhada, os times devem conhecer o campo e dominar as regras do jogo, as equipes (independentemente do nível) têm que ter um olho no ambiente interno e o outro no externo. Tudo deve estar conectado.
O Reverso não segue uma metodologia padrão, porque os negócios são diferentes e dinâmicos. O ambiente externo exige diariamente passarmos por uma nova curva de aprendizagem e tem um custo. Algo realmente desafiador, mas necessário.
Hélio Mendes
Com mais de 1.500 artigos publicados, é consultor de empresas, foi secretário na área de planejamento e meio ambiente da cidade de Uberlândia/MG; é professor em cursos de pós-graduação e da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra – ADESG e membro do Instituto SAGRES – Política e Gestão Estratégica Aplicadas, de Brasília.