Grande parte das empresas está ignorando os pontos de inflexões estratégicos, insistindo em continuar com gestões baseadas em orientações do século passado.
O primeiro motivo para rever o modelo do negócio está na avaliação do macroambiente. A geopolítica é usualmente desconhecida pelas equipes gerenciais, as que ficam na ponta da linha, ou seja, ficam em contato com o mercado. Elas não costumam participar das reuniões estratégicas, são informadas pela velha imprensa e pelos fakes nas redes sociais e, quando fazem pesquisas e planejamentos, normalmente consideram apenas o seu ambiente competitivo – quando as mudanças hoje vêm de outros setores.
O segundo fator tem relação com o primeiro: são as grandes tendências, contexto o qual mostra que a tecnologia tem mudado os costumes, os valores e alterado o padrão de consumo. Até as marcas tradicionais e o varejo veem suas forças sendo minadas. E não encontraram ainda soluções para ser reformuladas.
O terceiro, a questão humana: os CEOs não conseguem criar equipes como antes, estão perdendo o controle, porque não há mais espaço para modelos centralizadores; além de enfrentarem dificuldades para entender a nova geração.
Muitas empresas familiares – e são a maioria – adotam como atributo principal e às vezes único a confiança, em detrimento da competência, o que compromete e dificulta rever a mudança do modelo do negócio. Esse é o nosso alerta.
Hélio Mendes
Autor do e-book Planejamento Estratégico Reverso, é consultor de empresas, foi secretário na área de planejamento e meio ambiente da cidade de Uberlândia/MG; é professor em cursos de pós-graduação e da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra – ADESG e membro do Instituto SAGRES – Política e Gestão Estratégica Aplicadas, de Brasília