No mundo dos negócios, a diferença entre os que são apenas teóricos e quem domina a teoria e a prática é que os primeiros geralmente são pessoas que não tiveram contato com o mercado, ou seja, com o mundo real, conhecendo-o pelos livros ou pelas redes sociais, sendo ainda profissionais abstratos. Sabem que existem muitas coisas, mas não sentiram a realidade.
Já leram tudo sobre a cidade de Paris, mas em tempo algum tiveram a sensação, o prazer de andar pela Champs Élysées. Dão aula sobre natação, mas nunca entraram na água. Num evento com clientes, demonstram conhecer de vinho, mas não sabem a forma correta de pegar a taça. Dão aula sobre estrutura de empresas, mas desconhecem a sua relação com a estratégia.
Mais grave: não sabem sentar-se à mesa, qual botão do terno deve ficar abotoado e muito menos dar nó em gravata, algo básico nesse contexto. Existem também os que se consideram especialistas em política, entretanto, jamais sentiram a adrenalina de ser candidato em uma eleição.
A situação vai piorar. Os apenas teóricos acreditarão que a IA irá torná-los mais competitivos. Ledo engano, porque, para usá-la de forma eficaz, é preciso ter experiência, a fim de fazer as perguntas certas e implementar seus resultados. Para os neófitos, pode ser uma armadilha; para os que vão além, vai fazer diferença.
Algo preocupante é que muitos ainda não entenderam tal diferença, o que se reflete em suas atitudes ao buscar alguém para sua equipe ou contratar um prestador de serviços – o que nos lembra uma frase do jornalista Joelmir Beting: “Na prática, a teoria é outra”.
Hélio Mendes – Autor de Planejamento Estratégico Reverso e Marketing Político Ético, consultor de empresas, foi secretário na área de Planejamento e Meio Ambiente da cidade de Uberlândia/MG. Palestrante em cursos de pós-graduação e da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra – ADESG. Membro do Instituto SAGRES – Política e Gestão Estratégica Aplicadas, de Brasília.