As cooperativas de forma geral não são uma opção, mas a única para os produtores se posicionarem em um mundo globalizado e com uma dinâmica agressiva, no qual os pequenos e mesmo os grandes do setor terão dificuldades para manter um perfil competitivo.
A maioria das cooperativas encontra-se em situação de apresentar apenas problemas, o que significa que as forças externas ainda não desestabilizam a sua gestão. Quando os problemas se aviltam, tornam-se ameaças, algo crescente. E estas, sim, passam a ser riscos, pois são muitas e mudam rapidamente. Um bom exemplo é a recente IA – inteligência artificial, que em pouco tempo se transformou em uma ferramenta para todas as áreas; entretanto, não faz parte da cultura de muitas organizações.
As principais ameaças para o referido modelo de negócio são a visão apenas local ou regional das equipes gerenciais em um mundo sem barreiras; a falta de cultura de cooperativismo, prevalecendo ainda o individualismo; o modelo vindo das fazendas, e não do mercado; e o país ser uma economia periférica.
Num contexto mais generalizado, podemos dizer que as oportunidades ainda prevalecem sobre as ameaças. Vemos o cooperativismo profissional como a única forma de sobreviver nesta nova era das organizações, por vários motivos, como o fato de haver escala em tudo – nas compras, nas vendas e principalmente no modelo de gestão.
Nesse sentido, há três oportunidades nem sempre consideradas: a relação com os governos e os grandes mercados; o investimento em tecnologia e inovação; a proteção de outros elos da própria cadeia produtiva e de produtos substitutos, e até mesmo de grandes empresas do próprio setor.
As cooperativas são a única opção, mas a transformação cultural é o grande desafio para os atuais gestores nos próximos anos.
Hélio Mendes
Com mais de 1.500 artigos publicados, é consultor de empresas, foi secretário na área de planejamento e meio ambiente da cidade de Uberlândia/MG; é professor em cursos de pós-graduação e da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra – ADESG e membro do Instituto SAGRES – Política e Gestão Estratégica Aplicadas, de Brasília.