Quando observamos o cenário global, uma verdade incômoda se impõe: as nações que lideram o jogo não são as mais ricas em recursos naturais, mas as que mais investem em gente. Conhecimento, educação e capacidade de pensar fora da caixa explicam mais prosperidade do que qualquer commodity.
Nas empresas, o princípio é exatamente o mesmo. O que determina sucesso não é o sistema, o software ou a máquina. É o ser humano que opera, interpreta, decide e transforma — e quem cuida desse capital é o RH. É o RH que recruta, seleciona, desenvolve, avalia e, quando necessário, desliga. É o RH que mede a saúde emocional da organização. Ainda assim, em muitos ambientes corporativos, continua sendo tratado como um departamento secundário, quase um “favor” administrativo. Um equívoco estratégico de grandes proporções.
Em dezenas de consultorias, observo um padrão inescapável: quando o RH é forte, o planejamento estratégico funciona. Quando é fraco, o planejamento vira papel ilustrado. Não existe transformação cultural, mudança de comportamento ou realinhamento estrutural se o RH não estiver no centro — e não na periferia — das decisões.
Há outro ponto que muitos insistem em ignorar: o mundo do trabalho mudou. O operacional não pode mais ser visto como “peão”. O trabalho estritamente braçal está desaparecendo; tarefas repetitivas migram para robôs e automações. Isso exige que todos, em todos os níveis, adotem um mindset estratégico. E quem deveria liderar essa transição? Novamente: o RH.
Dizer que “RH é estratégico” virou clichê — mas, na prática, em grande parte das empresas, ainda não é. E enquanto esse tabu não for rompido, a organização continuará correndo atrás do prejuízo.
RH não é apoio.
RH é o coração.
E sem coração, nenhuma organização sobrevive
Hélio Mendes
Palestrante, consultor empresarial e político.
Autor dos livros Planejamento Estratégico Reverso e Gestão Reversa.
Conselheiro certificado pelo IBGC e ex-Secretário de Planejamento e Meio Ambiente de Uberlândia/MG.



