A guerra entre Rússia e Ucrânia, ou melhor, invasão, é uma lição para o mundo. A paz tão preconizada pelos que vivem de ilusão, que combatem o crime com flores e protegem os bandidos – e não as vítimas, como é o caso brasileiro, no qual quem tenta armar a população é autoritário, e não autoridade… Isso deve mudar, para o bem do nosso País.
O conflito na Europa fortalece o lema que afirma ser o preço da liberdade, a eterna vigilância. Em recente entrevista, o general Mourão, vice-presidente da República, destacou que a invasão russa é uma ameaça à democracia, que as nações fortes podem invadir as fracas.
Nos últimos anos os direitos humanos foram distorcidos no Brasil. Até os professores perderam a autoridade na sala de aula e os pais, o poder para educar os filhos. É necessário mostrar aos jovens que o excesso de liberdade é libertinagem.
Até nas lutas marciais a disputa real passou a ser imaginária, em razão das regras do “não me toque” – uma geração frágil em todo sentido, carente de lideranças, mas cheia de ideias e direitos.
Temos hoje uma Constituição com mais direitos do que deveres, e ainda um Supremo que não a defende, mas a interpreta para atender a interesses pouco republicanos. Que deu origem a um Estado paternalista e uma classe política que não mais nos representa.
Há, sim, necessidade de armar a população, não apenas para se proteger contra a bandidagem, mas também contra ameaças externas. Somos um grande país cujas riquezas estão no horizonte dos interesses das nações belicamente poderosas. Nossas Forças Armadas devem ser compatíveis com as possiblidades de ataques futuros. A geopolítica nunca deixou de ser tema estratégico para as grandes nações.
Precisamos repensar a forma de educar os jovens, lembrando que homens fracos criam momentos difíceis, que há várias modalidades de guerras. Nos últimos anos tivemos a cultural e a econômica e, agora, com armas. Neste momento, devemos lembrar o ex-presidente Ronald Reagan: “Nós mantemos a paz através de nossa força: a fraqueza é apenas um convite à agressão”.
Temos que nos armar se queremos paz, proteger a nossa soberania e criar líderes fortes para enfrentar o mundo real. Ser duro não é ser militar, mas realista.
Hélio Mendes
Consultor de Estratégia e Gestão, professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, com curso de Negociação pela University of Michigan, Gestão Estratégica pela University of Copenhagen e Fundamentos Estratégicos pela University of Virginia.
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