A Metáfora dos Remédios Vencidos
No cenário corporativo atual, a velocidade das mudanças exige uma adaptação contínua. No entanto, muitas organizações persistem em modelos de gestão e estruturas que remetem ao século passado. Essa resistência à inovação pode ser comparada, de forma contundente, ao ato de tomar remédios vencidos. Embora a sobrevivência seja possível por um tempo, especialmente quando a concorrência adota práticas igualmente obsoletas, o futuro dessas empresas é incerto e, em muitos casos, fadado ao fracasso. A história empresarial está repleta de exemplos de gigantes que sucumbiram por não se reinventarem.
A Obsolescência das Práticas Tradicionais
As estratégias, antes consideradas duradouras, hoje precisam ser fluidas e adaptáveis. Estruturas verticais e hierárquicas já não atendem às demandas de um mercado dinâmico, que exige agilidade e colaboração. Processos rígidos e centralizados, que engessam a tomada de decisão, precisam dar lugar a abordagens flexíveis e descentralizadas. O estilo gerencial autoritário e o layout de escritórios com divisórias, que isolam equipes e dificultam a comunicação, são resquícios de uma era que não existe mais. A visão única e linear do mercado tornou-se insuficiente; é imperativo reconhecer e atuar em múltiplos cenários simultaneamente.
O Caminho para a Longevidade Empresarial
As empresas que prosperarão no mercado são aquelas que abandonam os ‘remédios vencidos’ e abraçam a inovação. A boa notícia é que ainda há tempo para a transformação. O mercado e os consumidores, com seus feedbacks constantes e suas demandas em evolução, fornecem sinais claros e contínuos sobre a necessidade de repaginação. Ignorar esses sinais é um erro fatal. Curiosamente, essa problemática não se restringe ao setor privado; muitas universidades, que outrora foram baluartes do conhecimento e da vanguarda, também se encontram estagnadas em metodologias e estruturas ultrapassadas.
A Solução: Planejamento Estratégico Reverso e Gestão Reversa
Diante desse panorama, metodologias como o Planejamento Estratégico Reverso e sua gêmea, a Gestão Reversa, emergem como antídotos eficazes. Essas abordagens oferecem um caminho para a transformação, propondo uma inversão na lógica tradicional de planejamento e gestão. Elas representam um ‘remédio’ que, ao contrário dos obsoletos, não possui data de validade, pois se baseiam na capacidade de constante adaptação e reinvenção.
Sobre o Autor
Hélio Mendes – Palestrante, consultor empresarial e político, autor dos livros Planejamento Estratégico Reverso e Gestão Reversa. Conselheiro certificado pelo IBGC e ex-Secretário de Planejamento e Meio Ambiente de Uberlândia/MG.