Inspirar pelo exemplo é mais relevante que motivar por palavras
Por Hélio Mendes
Verbo implica ação; adjetivo é complemento. E liderança, para ser autêntica, precisa ser vivida — não apenas atribuída. Em artigo anterior, destaquei que líderes são aqueles que geram resultados, independentemente do cargo que ocupam. A frase provocou reação de um amigo: “Hélio, essa afirmação é desafiadora”. Sim, é — mas é verdadeira.
Mesmo em organizações sem fins lucrativos, os resultados importam. Em um mundo de hipercompetição e mudanças constantes, a performance deixou de ser diferencial e se tornou condição de sobrevivência. A boa vontade isolada já não sustenta propósitos: é preciso competência com coerência.
A avaliação de desempenho evoluiu. Hoje, todos são avaliados — da linha de frente ao Conselho. Não existe CEO eficaz sem uma equipe eficiente. As tradicionais práticas de feedback, centradas no apontamento de erros, vêm perdendo espaço para modelos mais maduros de escuta ativa, aprendizado contínuo e autocorreção inspirada no exemplo da liderança.
Motivar já não basta. O papel do líder contemporâneo é inspirar. Isso exige clareza de propósito, coerência entre discurso e prática, e construção de um ambiente de confiança e corresponsabilidade. É na confiança — não no controle — que nasce o verdadeiro engajamento.
Liderança é verbo. E como todo verbo, exige movimento, presença e direção. Ser líder, afinal, não é um título, é uma prática.
Hélio Mendes
Palestrante, consultor empresarial e político. Autor de Planejamento Estratégico Reverso e Gestão Reversa. Conselheiro certificado pelo IBGC e ex-Secretário de Planejamento e Meio Ambiente de Uberlândia/MG.