Por Hélio Mendes
Muitas empresas celebram a contratação de executivos considerados “nota 10”, profissionais brilhantes, estrategistas, preparados para conduzir transformações. No entanto, ignoram um ponto crucial: nenhum líder, por mais competente que seja, sustenta resultados duradouros sem uma equipe forte ao seu lado. O contraste é comum — gestores de alta performance cercados por times “nota 6” e esse descompasso explica boa parte dos fracassos silenciosos que se acumulam no dia a dia corporativo.
Recordo a resposta direta de um empresário de Uberlândia quando lhe perguntaram qual era o segredo de seu sucesso:
“Sempre tive ao meu lado pessoas que dominam o que eu desconheço.”
Simples e profundo. Essa é a base de qualquer organização que funciona.
O problema é que muitos executivos ainda têm receio de trabalhar com pessoas que saibam mais do que eles. Tratam a informação como se fosse patrimônio pessoal, confundem poder com sigilo e não percebem que, hoje, nada envelhece tão rápido quanto o conhecimento. Exatamente por isso, compartilhá-lo deixou de ser uma virtude tornou-se condição essencial para manter a empresa competitiva, atualizada e capaz de tomar boas decisões.
Não existe empresa nota 10 sustentada por uma equipe nota 6. A corrente sempre se rompe no elo mais fraco. Nas fábricas, quem define a capacidade de produção não é a máquina mais potente, mas a mais limitada. No ambiente corporativo, ocorre o mesmo: o gargalo é quem dita o ritmo.
Por isso, seleção não é simples preenchimento de vaga é estratégia. A empresa só avança quando contrata profissionais capazes de igualar ou superar o nível de quem já está dentro, alinhados ao propósito e dispostos a crescer. Caso contrário, não será “mais um” somando; será um a menos, drenando energia, tempo e resultados.
No fim das contas, quando o executivo é nota 10 e a equipe é nota 6, a pergunta que realmente importa não é qual será a nota da empresa.
A pergunta é: por quanto tempo ela vai aguentar?
Hélio Mendes – Palestrante, consultor empresarial e político, autor do livro Planejamento Estratégico Reverso e Gestão Reversa. Com curso pelo IBGC e ex-Secretário de Planejamento e Meio Ambiente de Uberlândia/MG.








