No último trimestre de todos os anos, as empresas começavam a preparar seus balanços e rever seus planejamentos estratégicos. A pandemia alterou não apenas a rotina das escolas, mas também muitas atividades presenciais nas corporações. Isso não foi bom, pois as pessoas ficaram mais em casa e, nas organizações, evitaram o contato físico. Entretanto, aumentou o tempo do pensar.
Não temos como ignorar o que aconteceu no campo empresarial. Não será possível dar um balanço considerando apenas o aspecto material. Sofremos mudanças interna e externamente. É hora de ativar a criatividade, começando por ouvir o fator mais importante: as pessoas.
Muitas atividades não serão como antes. Nós mudamos, o ser humano mudou. Esse é o grande problema e quem não o levar a sério pode não alcançar os resultados previstos. Algumas questões estão em aberto, iniciando pelo cliente. Será que ele mudou? E o público interno, como está depois de toda essa guerra psicológica? O que teremos que fazer para nos adaptar à nova realidade?
A maioria dos trabalhos da consultoria durante este período foi realizada a distância. Confessamos, em alguns casos foi positivo, mas não substituíram o presencial, porque não somos máquinas, somos seres vivos, e não se muda como muitos preconizam, porque neste tempo de isolamento descobrimos a importância do outro, da família, dos amigos e, principalmente, dos abraços.
Perdemos pessoas queridas. Muitos fecharam suas empresas. Em todos os lugares houve um afastamento e as mídias focaram mais a doença do que o doente, apresentando a todo momento números e mais números, e pseudolíderes tentaram utilizar a crise a seu favor.
Acreditamos que um dos pontos estratégicos nos planejamentos será o de rever não apenas a metodologia, mas o perfil de todas as equipes, considerando que o Brasil, no quesito produtividade, encontrava-se antes entre os postos mais baixos do mundo.
Algo é certo: estratégia e planejamento são cada vez mais uma aposta. E quem não planeja, está fora do jogo.
Hélio Mendes
Consultor de Estratégia e Gestão, professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, com curso de Negociação pela University of Michigan, Gestão Estratégica pela University of Copenhague e Fundamentos Estratégicos pela University of Virginia.
