A análise do desempenho das equipes revela padrões que se repetem em organizações de diferentes portes e setores. Ao longo de nossa experiência acadêmica e empresarial, dois cenários surgem com frequência quando gestores buscam compreender a performance de seus colaboradores.
No primeiro cenário, observado em uma empresa com cerca de 900 funcionários, a distribuição de desempenho tende a ser proporcional: um terço apresenta alta performance, um terço permanece na faixa mediana e outro terço fica abaixo do nível esperado. Trata-se de uma fotografia comum, reflexo da diversidade natural de competências dentro de grandes equipes.
O segundo cenário, mais presente em organizações que possuem sistemas sólidos de avaliação, mostra um perfil mais refinado: cerca de 10% dos colaboradores atingem nível de excelência, 80% mantêm desempenho mediano e 10% permanecem abaixo das expectativas. A diferença essencial entre os dois modelos não está na proporção, mas na qualidade e rigor dos critérios adotados.
Avaliar desempenho exige muito mais do que observar resultados pontuais. É necessário considerar a natureza da atividade, o mercado em que a empresa atua e, sobretudo, sua visão estratégica de longo prazo. Sem essa leitura estruturada, torna-se impossível saber se a “tripulação” está realmente preparada para conduzir o “barco” ao destino desejado.
Mais do que um processo burocrático, avaliar, classificar e desenvolver talentos tornou-se um pilar de sustentabilidade organizacional. Empresas que dominam esse ciclo conseguem aumentar produtividade, reduzir gargalos e fortalecer sua vantagem competitiva.
No ambiente corporativo atual, não há espaço para improviso. O desempenho das pessoas é o verdadeiro motor dos resultados — e ignorar isso é abrir mão do futuro.
Hélio Mendes – Palestrante, consultor empresarial e político, autor dos livros Planejamento Estratégico Reverso e Gestão Reversa. Curso de Conselheiro pelo IBGC e ex-Secretário de Planejamento e Meio Ambiente de Uberlândia/MG.








