O coronavírus impulsionou o teletrabalho. Mesmo depois que passar a epidemia, essa modalidade laboral não perderá o espaço conquistado, formado pelos que já a implementaram e pelos que passaram a fazê-lo por forças da circunstância.
Ficou claro, tanto para o setor privado quanto para o público, que há mais vantagens do que desvantagens. Outros benefícios ainda estão por vir. A tão propagada indústria 4.0 depende da conectividade, da redução dos gargalos das barreiras físicas e humanas.
O teletrabalho afetará quase todos os setores. Nas cidades, vai amenizar um grande problema, o da mobilidade urbana, com menor número de veículos nas ruas, atenuando questões como as da poluição e dos acidentes de trânsito.
Haverá menor número de pessoas dentro das organizações, contribuindo para menores custos, redução de espaço e de manutenção. Será uma forma de diminuir as despesas da máquina pública e dos produtos e serviços, além de aumentar a produtividade.
Forçará também as empresas a repensarem a quantidade de chefias, a ter uma estrutura mais achatada, com menos níveis no organograma. O atributo confiança será mais cultivado, em função de as pessoas não estarem presentes no mesmo espaço.
A área da Tecnologia da Informação passará a ter mais importância e será mais customizada e simplificada. Será exigido um índice de confiabilidade alto, para que não aconteçam interrupções, possa haver medição em tempo real e seja possível oferecer segurança contra os hackers – a legislação terá que ser mais específica e rígida.
Esse novo movimento proporcionará melhor convívio em família. Vai diminuir empregos? Acredito que não, mas vai exigir novos conhecimentos, mais disciplina e mais dedicação para interação e obtenção da produtividade exigida, de acordo com as características de cada setor.
No teletrabalho a fronteira foi aberta. Ainda há barreiras ou corporativismo de alguns setores, como o da saúde, que em outros países já usufrui da tecnologia do teletrabalho há algum tempo. Essa transformação garantirá melhores serviços, qualidade de vida e menor custo; é inevitável o teletrabalho. As organizações que não aderirem vão virar dinossauros.
Hélio Mendes
Professor e consultor de Planejamento Estratégico e Gestão Quântica nas áreas privada e pública.