A  Ausência de Conhecimento Geopolítico e Seus Custos Silenciosos
Nos últimos 30 anos, coordenei centenas de Planejamentos Estratégicos em médias e grandes empresas, além de associações nacionais. Some-se a isso minha vivência em feiras internacionais, no Itamaraty e em uma multinacional — experiências que me despertaram para a importância da geopolítica.
No Brasil, o tema segue negligenciado. Sempre alertei clientes sobre a necessidade de enxergar além do próprio setor. Presenteei-os com livros, promovi debates e defendi que não há sucesso sustentável sem leitura do cenário internacional.
Ainda assim, a maioria das escolas de negócios não trata a geopolítica como deveria. Essa ausência curricular revela um pensamento ultrapassado, preso aos paradigmas da Guerra Fria.
Vivemos num cenário global de novos atores, erosão das antigas potências, conflitos híbridos, interdependência sistêmica e disputas tecnológicas. Não basta saber o que ocorre “lá fora” — é essencial entender como tudo isso nos afeta.
O despertar tem sido tardio. Só diante de guerras, crises energéticas e disputas comerciais muitos perceberam nossa vulnerabilidade.
Esse atraso custa caro: decisões equivocadas, oportunidades desperdiçadas e riscos ampliados.
Faço um chamado a líderes, gestores e educadores: geopolítica não é periférica, é estratégica. O mundo já entendeu isso. E nós — quando vamos entender?
Por Hélio Mendes – Palestrante, consultor empresarial e político, autor dos livros Planejamento Estratégico Reverso e Gestão Reversa. Conselheiro certificado pelo IBGC e ex-Secretário de Planejamento e Meio Ambiente de Uberlândia/MG.








