Por Hélio Mendes
A forma de realizar pesquisas e enquetes sejam de mercado, eleitorais ou institucionais passa por uma revolução silenciosa e profunda. Os métodos tradicionais, desenvolvidos ao longo do século passado, tornaram-se insuficientes diante das possibilidades abertas pela Inteligência Artificial. Eram modelos simplificados, que exigiam pouca qualificação de quem aplicava e um conhecimento restrito de quem as contratava.
Com a IA, pesquisas deixam de ser documentos estáticos e ganham papel estratégico dentro das organizações. O alcance torna-se individualizado: é possível compreender públicos de maneira segmentada, precisa e contextualizada. Mais do que números, a IA revela motivações, padrões de comportamento, repertório cultural, além de antecipar tendências que antes dependiam de longos ciclos de análise.
Essa profundidade permite que empresas e instituições construam produtos, serviços e estratégias de comunicação com uma precisão antes inimaginável e, sobretudo, com velocidade compatível com a dinâmica atual dos mercados e do ambiente político.
Entretanto, há uma premissa essencial: utilizar Inteligência Artificial de forma plena exige enxergá-la não como uma ferramenta, mas como uma verdadeira parceira estratégica. Isso implica elevar o nível de qualificação dos profissionais envolvidos tanto de quem produz quanto de quem demanda as pesquisas. Sem esse preparo, corre-se o risco de aplicar tecnologia avançada com métodos ultrapassados, comprometendo a leitura e a tomada de decisão.
A nova era das pesquisas exige mais rigor, mais interpretação e mais visão estratégica. Organizações que compreenderem esse movimento terão vantagem competitiva; as que insistirem nos modelos antigos continuarão enxergando apenas fragmentos da realidade.
Hélio Mendes – Palestrante, consultor empresarial e político, autor do livro Planejamento Estratégico Reverso e Gestão Reversa. Com curso pelo IBGC e ex-Secretário de Planejamento e Meio Ambiente de Uberlândia/MG.






