Os grandes líderes brasileiros – principalmente os que têm cargos eletivos – não têm visão de futuro. Elaboram e executam apenas planejamento de curto prazo, tanto nos setores privados como nos públicos.
Acontece no âmbito do País como um todo e nas empresas, também. Os brasileiros, de forma geral, não levam a sério, se assim podemos dizer, os sinais emitidos pelo macroambiente. Com isso, não participam do jogo de xadrez internacional. Somente quando as lideranças aceitarem que somos um grande país e reconhecerem a nova realidade econômica e geopolítica, fato já sabido por quem está fora do Brasil, vamos ocupar o assento que já deveria ter sido ocupado.
No quesito territorial, basta olhar a nossa dimensão no mapa: somos grandes. A tecnologia diminuiu nossas dificuldades no campo da logística. Na parte econômica, o Agronegócio não só resolveu a questão econômica interna, como também criou países dependentes de nossa produção.
O que falta é os brasileiros entenderem esta nova realidade e não agir como “cachorro de raça com crise de vira-lata”. É necessário ter grandes projetos, aceitar desafios que ultrapassem as fronteiras e vencer obstáculos, os quais hoje são mais abstratos do que concretos. Os últimos governos tentaram, porém, de forma equivocada. Buscaram vencer grandes desafios, mas com parceiros errados, ideologias ultrapassadas, e utilizaram práticas pouco republicanas.
Hélio Mendes
Consultor de Estratégia e Gestão, professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, com curso de Negociação pela University of Michigan, Gestão Estratégica pela University of Copenhagen e Fundamentos Estratégicos pela University of Virginia.