Não se cria vantagem competitiva sem uma boa e respeitada área de Recursos Humanos. Durante todos esses anos, sempre ouvimos duas falácias: o cliente e as pessoas são nossos principais ativos. Primeiro, não são ativos; segundo, menos ainda são recursos.
Nas duas últimas décadas tem diminuído o status do cliente e do RH na maioria das organizações, porque cursos, palestras e toda a literatura vêm priorizando as novas tecnologias e criando um “dicionário”, com chavões como, por exemplo: “Se não é digital, está fora do mercado”. Nem tanto ao céu, nem tanto à terra.
No centro de tudo estão as pessoas, seja o cliente, sejam os funcionários e os stakeholders. Na década de 80 era normal a equipe ter um técnico, alguém que conhecia o produto, para facilitar a venda ou a compra. Hoje, será necessário ter o RH.
Há pouco tempo, algumas empresas – não muitas – passaram a tratar a área de Recursos Humanos como estratégica, não na posição que deviam, mas um pouco melhor.
Uma organização, neste novo século, não conseguirá criar vantagem competitiva sem envolver o RH em suas principais decisões, porque os sistemas, a robótica, a inteligência artificial e o novo perfil de consumidor dependem de pessoas que entendem mais do que seu de seu próprio cargo, englobando todo o ecossistema.
Em um mercado mais dinâmico e incerto como nunca havíamos vivenciado, os processos de seleção, capacitação e marketing deverão ser revistos de acordo os movimentos dos clientes. O RH terá que participar de todas as decisões. Sem isso, não haverá inovações, porque as novas tecnologias dependem de uma cultura flexível e voltada para o aprendizado: empresas que desaprendem e aprendem.
Hélio Mendes Consultor de Estratégia e Gestão, professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, com curso de Negociação pela University of Michigan, Gestão Estratégica pela University of Copenhagen e Fundamentos Estratégicos pela University of Virginia.
