A questão é que, depois que a estratégia deixou de ser sustentável em razão da internet e das novas tecnologias, todo produto ou serviço pode ser substituído em um tempo menor do que antes. “Segundo estudos da Standard & Poor’s, que publica a lista das 500 empresas listadas na bolsa de Nova York, as expectativas de vida de uma empresa em 1937 eram de 75 anos. Hoje, esse mesmo índice é de 15 anos”.
É o caso do Uber, que substituiu o táxi, criando um novo setor por oferecer novos atributos. Destacamos três: praticidade, preço e conveniência de tecnologia. Você sabe o preço, tem opções de pagamento, com um clique ele vai a você – e já está previsto o Uber ser substituído pelo carro elétrico sem motorista, e este por um drone que irá transportar passageiros e mercadorias.
Os modelos de empresa tradicional foram criados para oferecer produtos e serviços em uma época na qual a oferta era igual à demanda, havia baixa concorrência, num mundo pouco globalizado. O foco era no produto, e não no mercado. Tudo mudou. A estratégia agora é transitiva.
Neste novo cenário, o foco não é mais no produto. Seus produtos e serviços poderão ser substituídos nos próximos anos. Mas o seu negócio, não – se você entender essa nova dinâmica e tiver mentalidade de mudar ou destruir seu negócio antes que novos concorrentes o façam. Exemplo: se continuar crescendo o costume de não comer carne e o de usar produtos sintéticos em vez de couro, pode haver impactos nesses dois setores.
Se você e sua equipe fazem parte desta nova era, não há com o que se preocupar. Já estão na nova estrada, ou melhor, nas estradas. Porém, se é uma empresa tradicional, é hora de pensar em um plano estruturado para realizar uma transformação cultural.
Hélio Mendes
Consultor de Estratégia e Gestão, professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, com curso de Negociação pela University of Michigan, Gestão Estratégica pela University of Copenhagen e Fundamentos Estratégicos pela University of Virginia.
