Autores: Hélio Mendes e Luiz Bittencourt
Há um século e meio o cooperativismo brasileiro iniciou sua trajetória de sucesso em Ouro Preto, Minas Gerais estabelecendo um modelo de negócio que viabilizou o empreendedorismo e alavancou o desenvolvimento econômico.
A participação coletiva, base do cooperativismo, se ancorou em um conjunto de valores e princípios que une e move seus membros.
Na essência, o cooperativismo privilegia solidariedade, concentra inteligência e organização, otimiza recursos, concede competitividade, possibilita lucro e viabiliza empreendimento onde a atividade econômica individual sugere vulnerabilidade e, consequentemente, riscos.
O sucesso alcançado pelo cooperativismo no Brasil, tanto na área econômica quanto na social, levou-o a ser pesquisado e adotado em setores, independente da conjuntura que prevaleça na região, como saúde, crédito, consumo, educação, transporte, turismo, habitação, mineração e agropecuário, expansão que exigiu atualização dos modelos administrativos, entregando mais precisos resultados de interesse empresarial e regional.
Há algumas décadas a palavra cooperativismo lembrava o Sul do país. Hoje, temos case de sucesso em todas as regiões e Minas Gerais se tornou marcante exemplo. Seja de café, pecuária ou crédito, um dos motivos da prosperidade mineira se deve ao cooperativismo.
Competitivas, pela competente gestão e pela constante atualização tecnológica, as cooperativas desenvolveram trabalhos pela produtividade, ultrapassando os limites das porteiras e as demandas da região.
O êxito alcançado por esse modelo não faz segredo e se alicerça em conjunto estruturado de ações como planejamento a longo prazo, adequação cultural, formação de lideranças, sustentabilidade, aplicação de ESG (Environmental, Social and Governance), utilização de estruturas flexíveis, equipe capacitada e investimento em automatização.
Nessa toada, o cooperativismo cresce e consolida seu protagonismo na economia nacional, ao se aproximar de cinco mil cooperativas, dezoito milhões de cooperativados (40% do sexo feminino, sem cotas), R$ 700 bilhões de ativo, R$ 150 bilhões de patrimônio líquido, contribuição de R$ 15 bilhões em tributos e R$ 18 bilhões em salários.
Cooperativismo viabiliza e transforma.
HÉLIO MENDES – Consultor de empresas, foi secretário na área de planejamento e meio ambiente da cidade de Uberlândia/MG – Professor em cursos de pós-graduação e da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra – ADESG.
LUIZ BITTENCOURT – Eng. Metalúrgico/UFF; M. of Eng./McGill University/Montreal/Canadá; Pós-graduado em Comércio Exterior/Universidade Mackenzie/SP; Consultor em Relações Institucionais.
