Planejamentos de longo prazo são necessários, mas poucas organizações os possuem — muitas porque não acreditam, a maioria não tem equipe com preparo para elaborá-los e muito menos para atualizá-los.
A pergunta é semelhante à que pais fazem aos filhos: “O que vocês querem ser quando crescerem?” Difícil para pais e filhos responderem, em razão do grau de incerteza do caminho a ser percorrido, mas muito pode ser feito, com base nas informações disponíveis, no sonho da família e dos filhos — como a escolha do colégio, cursos complementares, viagens e propostas de experiências —, e, com o tempo, vai-se adaptando às mudanças. Mas existiu um sonho, que corresponde à visão de futuro das organizações.
A minha atividade de consultor de planejamento é considerada, em alguns países, como futurista. Exige muita leitura e bons anos de experiência para ter condições não de prever, mas de perceber junto com os clientes os pontos de inflexão e fazer um plano de voo — algo indispensável para ter segurança. Não fazer isso é extremamente arriscado.
O diferencial em ambiente de grande incerteza está em ter uma equipe que consiga construir a melhor visão de futuro e realizá-la antes dos concorrentes. As grandes empresas têm facilidade em ter uma boa visão, mas muita dificuldade em atualizá-la, onde as médias podem ter um melhor posicionamento estratégico.
Hélio Mendes – Palestrante, consultor empresarial e político, autor dos livros Planejamento Estratégico Reverso e Gestão Reversa. Possui formação como Conselheiro pelo IBGC e atuou como Secretário de Planejamento e Meio Ambiente em Uberlândia/MG.