Quando um líder pode perder o emprego; ou um médico, o paciente? Essa é uma boa questão. A resposta: quando considera o problema apenas como algo técnico, resumindo-se ao diagnóstico.
Cabe principalmente ao líder fazer um bom diagnóstico, lembrando que, quando o médico erra nesta etapa, cometerá enganos também no tratamento. A parte mais difícil está em convencer as equipes e, na área da saúde, o paciente, a adquirir novas capacidades, novos valores, novos hábitos.
As pessoas não ficam contra a mudança quando são persuadidas dos seus benefícios – esse é o desafio. Normalmente acreditamos que os diagnósticos, que constituem a parte técnica apresentada à equipe ou ao paciente, sejam o suficiente. Mas, não: a tarefa mais trabalhosa está em capacitar as pessoas para mudar de uma situação A para uma B. A complexidade aumenta quando queremos modificar uma empresa.
Todos sabem da importância de se praticar esporte. Para alguns é questão de vida ou morte, mas por que muitos não o fazem? Podemos classificar esse saber como diagnóstico. Não fazem porque é necessário transformar a mente, os hábitos, os valores, e nem sempre há disposição para isso.
A fim de não perder o emprego e, no caso do médico, o paciente, é essencial entender que não basta realizar um bom diagnóstico, é preciso desenvolver a capacidade dos seus liderados ou do paciente para se adaptar a novas situações – e estas têm variado de forma exponencial.
Hélio Mendes
Consultor de Estratégia e Gestão, professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, com curso de Negociação pela University of Michigan, Gestão Estratégica pela University of Copenhagen e Fundamentos Estratégicos pela University of Virginia.