Ser uma cidade pequena não é uma desvantagem. O verdadeiro problema é quando não se enxerga nela uma oportunidade. Toda cidade carrega uma história e valores próprios que merecem reconhecimento — o que depende de bons gestores e de moradores que tenham orgulho do lugar onde vivem.
O que falta, muitas vezes, é liderança qualificada e uma população que compreenda que o tamanho da cidade não determina seu potencial. Um exemplo inspirador é o de Israel: uma nação pequena, com escassez de recursos naturais, mas que se destaca globalmente por sua inovação, resiliência e valorização da própria história.
Hoje, a tecnologia eliminou muitas das barreiras que antes isolavam os pequenos municípios. É possível estudar à distância, receber atendimento médico de qualidade, comprar de qualquer lugar e manter-se conectado ao mundo. Isso criou uma geração digital, com acesso a oportunidades antes restritas aos grandes centros.
O maior diferencial das cidades pequenas é o calor humano, algo que tende a se perder nas metrópoles. Cabe aos moradores dessas cidades enxergarem esse novo cenário como chance de crescimento local, evitando a migração dos jovens em busca de oportunidades que agora podem existir onde vivem.
Aos gestores de grandes cidades, fica o alerta: uma cidade não é um negócio. Mais do que grandes obras, o verdadeiro progresso está em garantir qualidade de vida e felicidade à sua população.
Hélio Mendes – Palestrante, consultor empresarial e político, autor dos livros Planejamento Estratégico Reverso e Gestão Reversa. Possui formação como Conselheiro pelo IBGC e atuou como Secretário de Planejamento e Meio Ambiente em Uberlândia/MG.