A administração de uma prefeitura é um grande, bom e necessário desafio, cujo ponto fraco se encontra na área humana – mas não estou falando dos funcionários, e sim da escolha dos secretários. Geralmente as boas escolhas são direcionadas por competência política ou técnica e, para se ter um bom gestor, é necessário ser político e técnico. Caso uma dessas capacidades falte a alguém designado, é preciso buscar formas de preenchê-la, a fim de prepará-lo para o cargo.
É difícil encontrar pessoas públicas com ambas as competências, mas é complicado também na área privada. O primeiro erro está na escolha e o segundo, na falta de capacitação.
No setor privado as boas empresas levam muito a sério o processo de recrutamento, seleção e treinamento. É o que geralmente não se vê nas prefeituras, em razão de dificuldades do prefeito, porém, é possível reparar, se houver boa vontade.
Outro ponto frágil é a falta de planejamento e de um modelo de gestão na área pública, algo que há séculos a iniciativa privada superou, por questão de sobrevivência. Assim, as empresas têm de forma clara onde estão e onde querem chegar; definem macro-objetivos e, cada área, objetivos e metas, e estas têm seus indicadores para mensurar os resultados e avaliar seus gestores e equipes, como também estratégia para se diferenciar no mercado.
O que normalmente ocorre nas cidades com mais vinte mil habitantes? Por exigência de lei, são obrigadas a ter um plano diretor, que nem sempre é levado a sério. Um dos motivos é a falta de boas equipes, ou melhor, de secretários capacitados. Como reverter esse modelo? Escolhendo-os com mais critério, investindo em treinamento, como faz o setor privado.
Lembrando que o principal atributo de um gestor público é gostar de servir e ter compromisso com a coisa pública. Se não houver esses dois elementos, a máquina anda a passo de tartaruga – é o que mais acontece.
Hélio Mendes – Autor de Planejamento Estratégico Reverso e Marketing Político Ético, consultor de empresas, foi secretário na área de Planejamento e Meio Ambiente da cidade de Uberlândia/MG. Palestrante em cursos de pós-graduação e da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra – ADESG. Membro do Instituto SAGRES – Política e Gestão Estratégica Aplicadas, de Brasília.
