Com o uso estratégico da Inteligência Artificial (IA), as cooperativas têm a oportunidade de se tornarem mais competitivas em um curto espaço de tempo. O primeiro passo é compreender que a IA não é apenas uma ferramenta de apoio, mas um agente de transformação profunda.
Uma das ações mais eficazes é substituir os modelos tradicionais de treinamento por escolas corporativas internas. Inspiradas no DNA das organizações exponenciais, essas estruturas focam no desenvolvimento contínuo de competências alinhadas à Inteligência Artificial, com arquitetura independente e propósito reverso — isto é, voltadas para atualizar e antecipar as metas estratégicas e a visão de futuro das cooperativas.
As chamadas universidades corporativas — ou escolas internas, dependendo do porte da cooperativa — são flexíveis e personalizadas. Surgem como alternativa às instituições educacionais convencionais, cujos currículos engessados e genéricos não acompanham a velocidade das mudanças geopolíticas e tecnológicas. Além disso, cada cooperativa possui uma cultura própria e demandas específicas que exigem soluções sob medida.
Mais do que melhorar o desempenho interno, essas iniciativas podem impactar positivamente os municípios onde as cooperativas atuam. Ao promover pesquisa aplicada e oferecer cursos voltados à Matriz Econômica local, criam-se condições para diversificar atividades e reduzir a dependência de um único setor, protegendo a cidade contra oscilações de mercado. Este, possivelmente, é o maior benefício da adoção estratégica da IA pelas cooperativas.
Hélio Mendes – Palestrante, consultor empresarial e político, autor dos livros Planejamento Estratégico Reverso e Gestão Reversa. Possui formação como Conselheiro pelo IBGC e atuou como Secretário de Planejamento e Meio Ambiente em Uberlândia/MG.