A comparação entre Odelmo e Virgílio não deve ser a questão central nesta eleição. Cada um deve ser avaliado dentro do seu contexto histórico e administrativo. Não podemos afirmar que um é melhor do que o outro, pois cada gestão tem suas particularidades. Ambos vieram do mesmo segmento e Odelmo, inclusive, foi secretário de Virgílio.
Tanto Odelmo quanto Virgílio compartilham muitas semelhanças: a postura, a vontade de realizar grandes obras. Virgílio governou em um período diferente da história nacional, um momento de menor incerteza, e fez o melhor para aquele contexto.
Odelmo, por sua vez, é prefeito por vários mandatos por mérito. Se pudesse ser candidato nesta eleição ou sua esposa, provavelmente não teria adversário à altura. Não é produtivo adotar a campanha do “mais” e do “menos” em uma era onde todos têm acesso à informação e a narrativa da continuidade, porque as demandas mudam e aumentam.
Se Uberlândia é o que é hoje, deve-se aos bons gestores que a cidade teve até agora. É uma cidade onde o empreendedorismo predomina. No entanto, vamos enfrentar tempos mais difíceis, pois os modelos tradicionais de gestão urbana não atendem mais às necessidades contemporâneas, devido às novas tecnologias, ao novo perfil dos cidadãos, às mudanças climáticas e ao crescimento acelerado da demanda populacional. Uberlândia precisará ser repensada nos próximos anos, necessitando de um prefeito que coloque o interesse coletivo acima dos interesses pessoais e de grupos.
Nesta eleição, é fundamental que as críticas sejam direcionadas às propostas e não às pessoas. Precisamos elevar o nível das campanhas e evitar diminuir aqueles que dedicaram suas vidas à cidade. Até o momento, temos cinco candidatos. Não existem cidades perfeitas, o que proporciona aos candidatos a oportunidade de analisar o presente e propor um futuro melhor, já que a cultura do uberlandense é sempre buscar mais.
A questão agora não é quem foi o maior prefeito da história, mas quem será o melhor prefeito nos próximos anos. Isso é o que está em jogo nesta eleição.
Hélio Mendes é autor de “Planejamento Estratégico Reverso” e “Marketing Político Ético”. Ele atua como consultor de empresas e já foi secretário de planejamento e meio ambiente na cidade de Uberlândia/MG. Além disso, é palestrante em cursos de pós-graduação e na Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, além de membro do Instituto SAGRES – Política e Gestão Estratégica Aplicada, em Brasília.
