IA, apesar de não ser tão nova como muitos pensam, pois começou em 1950 com Alan Turing, tornou-se uma ferramenta de massa com o ChatGPT, lançado em novembro de 2022. No entanto, isso não foi o marco de uma nova era, mas de um novo mundo, tanto no âmbito pessoal quanto nos negócios.
A maioria das pessoas já utilizava a IA e desfrutava de seus benefícios sem saber. Exemplos não faltam: a Netflix recomendando filmes e adaptando a capa de acordo com o gosto do usuário, o TikTok sugerindo conteúdo personalizados, a Alexa oferecendo vários serviços e a internet tornando as pessoas dependentes já aos cinco anos de idade, moldando suas vidas. O mais impactante e perigoso é que a IA está formando uma nova geração de consumidores e padronizando comportamentos de acordo com sua ideologia.
A facilidade de usá-la no plano pessoal induz à falsa ideia de que será igualmente fácil utilizá-la nos negócios. Isso é uma meia verdade. Para aproveitá-la de forma plena, são necessárias grandes equipes, uma cultura de dados e investimentos significativos, algo acessível apenas para grandes corporações. Para organizações que estão há muito tempo no mercado, o desafio é ainda maior e proporcional ao seu tempo de existência: quanto mais tempo, maiores as dificuldades. Mudar o modelo mental e romper com práticas de gestão consolidadas por décadas exigirá uma verdadeira reengenharia. A maioria das empresas se encontra nesse grupo.
Uma certeza existe: a IA é acessível para todos no plano pessoal, mas não de forma plena para todas as organizações. Como em qualquer inovação, ela representa ameaças para uns e oportunidades para outros, e ninguém está imune aos seus benefícios e “malefícios”. A grande questão é: estamos usando a IA ou ela está nos usando? E o mais relevante: ela está apenas começando.
Hélio Mendes – Palestrante, consultor empresarial e político, autor dos livros Planejamento Estratégico Reverso e Gestão Reversa. Possui formação como Conselheiro pelo IBGC e atuou como Secretário de Planejamento e Meio Ambiente em Uberlândia/MG.