Cidade, um tema importante para ser debatido nas eleições. Podemos ter, como opção, uma cidade de alguns ou uma cidade para todos. Por quê? O morador sem teto, os que ficam nos semáforos pedindo uma moeda, são tão donos de todas as ruas e dos equipamentos urbanos, como as pessoas que se destacam na comunidade. O voto deles tem o mesmo peso.
Prefeitos, vereadores e todas as pessoas que ocupam cargos públicos são funcionários de todos os habitantes, algo às vezes esquecido ou invertido, quando algumas autoridades deixam de ser servidoras, adotando práticas que tiram a liberdade econômica e de expressão do cidadão.
Em uma eleição, podemos decidir se queremos uma cidade que inclui ou que exclui as pessoas, com mais ou menos liberdade. Sempre é uma questão de escolha, e esta depende da visão e do interesse de cada um.
Mas no geral é necessário conceituar: as cidades não são um mero agrupamento de pessoas, de ruas e prédios – elas são organismos vivos, elas transpiram através de seus habitantes e do meio ambiente.
Uma cidade pode ter paixão, se transmitirmos a ela esse sentimento, vendo-a como algo extraordinário. Para isso, os poderes constituídos têm que adotar práticas mais humanas e educativas do que punitivas, leis que não tirem a liberdade de expressão e de empreender. “Não se pode entender que fazer política é atuar com esperteza para tirar vantagens pessoais ou de grupos.”
Não teremos qualidade de vida se a cidade também não tiver; se ela não tiver saúde, os moradores não terão. Para refletir: se os candidatos e aqueles que vão votar tiverem coração, a cidade terá vida. Podemos concluir que uma cidade não é um lugar qualquer – e muito menos um “negócio”. Ela será sim, muito mais do que isso, se fizermos boas escolhas.
Hélio Mendes – Autor de Planejamento Estratégico Reverso e Marketing Político Ético, consultor de empresas, foi secretário na área de Planejamento e Meio Ambiente da cidade de Uberlândia/MG. Palestrante em cursos de pós-graduação e da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra – ADESG. Membro do Instituto SAGRES – Política e Gestão Estratégica Aplicadas, de Brasília.
