O estilo usado ainda por muitos, “manda quem pode e obedece quem tem juízo”, não funciona mais com os filhos – e menos ainda com os funcionários. Não é questão de alterar apenas a forma de liderar, de autoritária para democrática, mas de entender que os valores mudaram. Vivemos uma nova era empresarial.
Mudar um estilo gerencial não é algo fácil, mas necessário, por vários motivos: as novas tecnologias passaram a exigir mais a inteligência do que os braços; antes as informações chegavam a poucos; havia um padrão para tudo, até na forma de se vestir; e temos hoje um mundo conectado. Outra razão: o relatório apresentado pelo State of the American Workplace, da Gallup, conclui que “o baixo desempenho dos funcionários se deve à fraca liderança”.
Os gestores contratavam pessoas semelhantes a si mesmo, para não ter conflitos, não ter a possibilidade de serem criticados ou desobedecidos pelos subordinados. Hoje o líder não pode ficar sem feedback e todos precisam conhecer o propósito do negócio.
As companhias consideravam funcionários muito questionadores como líderes negativos, pessoas que remavam contra o sistema. Era o contexto, porque os modelos das empresas permaneciam por décadas no mesmo formato. Porém, atualmente as tecnologias e os processos se modificam, às vezes de forma radical. Assim, precisamos de pessoas pensantes, flexíveis e criativas em todas as áreas da organização.
Podemos comparar a maioria das empresas tradicionais com um vulcão em erupção, cuja lava quente desce queimando todos os níveis abaixo – e estes não têm poder para detê-la. Os líderes do primeiro nível que ainda não mudaram são a lava que queima os níveis mais baixos, por não entenderem os novos valores.
Como realizar essa transformação? O primeiro nível da empresa necessita focar mais a estratégia, atender os clientes, delegar mais, preparar e motivar os níveis intermediários. E estes precisam fazer com esse novo estilo chegue a todos os funcionários, criando um efeito dominó ou de cascata. Essa mudança deve ser um dos objetivos do Planejamento Estratégico Reverso das empresas.
Hélio Mendes
Com mais de 1.500 artigos publicados, é consultor de empresas, foi secretário na área de planejamento e meio ambiente da cidade de Uberlândia/MG; é professor em cursos de pós-graduação e da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra – ADESG e membro do Instituto SAGRES – Política e Gestão Estratégica Aplicadas, de Brasília. Publicou mais de 1.500 artigos.