É necessário ir além das estratégias tradicionais, algo difícil para a maioria das empresas nacionais, que não adotam nem as já existentes, tornando-se verdadeiras máquinas copiadoras.
Já passou da hora de as empresas nacionais abandonarem metodologias que apenas melhoram seus produtos ou reestruturam o que já fazem. É necessário deixar de ser uma mera seguidora das líderes do setor e apostar em transformar o segmento em que atuam ou até mesmo em criar novos setores.
A maioria das empresas planeja considerando apenas a demanda existente e compete no mesmo mercado, uma visão muito limitada. Essa postura cultiva a ideia de que têm o mesmo “código genético” de seus concorrentes. Esse é o principal erro estratégico. Um bom exemplo recente são as montadoras americanas e europeias, que não deram a devida importância à possibilidade do carro elétrico.
As empresas precisam entender que não podem ser escravas de seus produtos nem fiéis apenas a um mercado. É fundamental formar equipes que atuem em vários cenários, com competência para criar novos negócios.
Uma das perguntas cruciais que costumamos fazer às equipes é: “Qual o plano B da sua empresa?” A maioria responde que nunca discutiu essa possibilidade. É como viajar de carro sem estepe: correm o risco de ficar no caminho. A maioria das equipes se limita ao modelo existente, com o horizonte encerrando-se nos portões da empresa.
Hélio Mendes é autor de “Planejamento Estratégico Reverso”, “Gestão Reversa” e “Marketing Político Ético”. Ele é consultor, ex-secretário de planejamento e meio ambiente em Uberlândia/MG e membro do Instituto SAGRES em Brasília.