Revista Diária entrevista Lucas Mendes, que já atuou em grandes empresas como Totvs, Tribanco e BTG Pactual. Lucas é graduado em Sistemas de Informação pela Pitágoras e possui MBA Executivo Internacional em Gestão Empresarial pela FGV, com módulos na Universidade da Califórnia Irvine, nos Estados Unidos. Atualmente, ele tem se dedicado à Inteligência Artificial (IA) fazendo um MBA em Inteligência Artificial para Negócios na Faculdade Exame. Lucas também possui certificações relevantes da Microsoft na área de desenvolvimento de software.
- Lucas, como profissional em Inteligência Artificial, como você analisa o crescimento dessa área no Brasil, considerando que mais da metade das empresas globais já utilizam IA e estão criando setores específicos para essa tecnologia?
R.: Estamos em um momento pós surpresa, espanto e admiração. Muitas empresas não esperavam a chegada da Inteligência Artificial de forma tão amigável e acessível, criando quase um caso de amor com essa nova dinâmica de conhecimento. A rápida adoção desta ferramenta reflete a eficiência e acessibilidade da tecnologia. Agora, com a vasta gama de soluções, é necessário que as empresas tenham uma área dedicada a analisar quais IAs são mais interessantes para seus negócios.
- A IA tem sido apresentada como uma tecnologia de fácil acesso. Até que ponto podemos considerar esse fato verdadeiro?
R.: Assim como meios de locomoção, temos níveis de complexidade de uso. Por exemplo, temos uma bicicleta, com toda sua simplicidade, e do outro lado temos um avião, com toda sua complexidade. Na Inteligência Artificial é semelhante; temos o ChatGPT (que é o mais famoso) por se assemelhar a uma conversa, mas também existe a programação feita para a robótica.
- Qual é a principal diferença entre a IA e as demais tecnologias?
R.: A principal diferença da IA em relação a outras tecnologias é a rapidez com que foi adotada globalmente e a profundidade do seu impacto. Enquanto a internet e os celulares levaram anos para se tornarem onipresentes e transformar nossas vidas, a IA conseguiu isso em um período muito mais curto, otimizando e facilitando processos de forma quase imediata tanto para pessoas quanto para empresas.
- Em quais áreas das empresas a IA já está sendo utilizada?
R.: No formato da IA generativa, como a utilizada no ChatGPT e outros modelos, a IA está sendo aplicada em praticamente todas as áreas empresariais, tornando-se um auxiliar essencial no dia a dia das empresas. Algumas áreas que já utilizam amplamente são marketing (para gerar insights, criar e corrigir conteúdos, e personalizar campanhas), atendimento ao cliente (chatbots e assistentes virtuais), recursos humanos (triagem de currículos e gestão de desempenho), setor financeiro (detecção de fraudes e análise de risco), saúde (diagnósticos precisos e tratamentos personalizados) e pesquisa e desenvolvimento (análise de grandes volumes de dados para acelerar a inovação).
- Está claro que a IA vai contribuir para mudar o nível de competição entre as empresas. Como você acredita que isso pode acontecer?
R.: A Inteligência Artificial tem o potencial de transformar significativamente o cenário competitivo entre as empresas, oferecendo vantagens estratégicas em várias frentes. As empresas que implementarem soluções de IA de forma eficaz poderão otimizar processos, reduzir custos operacionais e proporcionar experiências mais personalizadas aos clientes, tornando-se mais competitivas no mercado. A IA permite a análise de grandes volumes de dados em tempo real, possibilitando uma tomada de decisão mais rápida e assertiva, o que resulta em inovação acelerada, adaptação mais ágil às mudanças do mercado e identificação de novas oportunidades de negócio. As empresas que não se adaptarem a essa nova realidade correm o risco de ficar para trás, pois a IA está se tornando um diferencial crítico para o sucesso e a sobrevivência no ambiente empresarial moderno. Portanto, a chave para se manter competitivo será não apenas adotar a IA, mas integrá-la de maneira estratégica em todas as áreas da empresa.
